Ataques a Blairo misturam “alhos com bugalhos”
Já virou rotina. Basta surgir uma informação a respeito das articulações para as eleições de 2018 que envolvem o ministro Blairo Maggi (PP) que a imprensa nacional parte para o ataque com ilações, suposições ou requentando episódios do passado. Desta vez, Blairo foi acusado de ser beneficiário da liberação (que nào aconteceu) de uma estrada em troca dos votos a favor do presidente Michel Temer (PMDB) por parte da bancada ruralista.
Duas casas
Em primeiro lugar, é preciso usar de forte imaginação para juntar o fato – sem entrar no mérito da liberação, que depende de licenciamento ambiental – envolvendo um ministro que é senador licenciado com o apoio de deputados federais ao relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). Trata-se de duas casas legislativas distintas e, como já foi visto em outros episódios, independentes entre si.
Muito grande
Em segundo lugar, a bancada ruralista, como são chamados os representantes do agronegócio na Câmara dos Deputados, é composta por mais de uma centena de parlamentares, com convicções e demandas distintas, ainda que tratem do mesmo tema. Portanto, não se mostra plausível a tese levantada pela imprensa nacional, mais uma vez.
No caminho
Claro que a ilação não ocorreu sem uma justificativa e, neste caso, tenta minar uma eventual candidatura de Blairo à vice-presidência, em uma chapa encabeçada pelo atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com quem o ministro, inclusive, deve jantar brevemente.
Espólio
PSD, PSDB e DEM deverão receber a maior parte dos dissidentes do PSB em Mato Grosso, que entrou em colapso após a destituição da comissão provisória estadual. A primeira movimentação deve levar uma parte significativa das lideranças para o Democratas.
Ação coordenada
Os três partidos, aliás, atuam neste episódio de forma coordenada, discutindo, inclusive, a melhor forma de acomodar todos os integrantes do PSB sem que haja, internamente, em cada uma das legendas, conflitos entre os novos e velhos militantes.
No ninho
O deputado Mauro Savi, ainda no PSB, por exemplo, deverá ser um dos principais reforços do PSDB. Conversas para que o parlamentar se acomode em ninho tucano, inclusive, estão bem adiantadas.
Falando sozinho
Enquanto isso, o novo presidente estadual do PSB, Valtenir Pereira, tem encontrado dificuldades para conseguir formar uma base no partido. Ele tentou, sem sucesso, convencer diversas lideranças a permanecerem no partido, com a promessa de estrutura e uma chapa forte para o ano que vem. Até o momento, tem falado sozinho.
Sem chance
Um dos alvos de Valtenir foi o deputado federal Adilton Sachetti. A proposta que teria sido feita pelo novo presidente do PSB de Mato Grosso era a possibilidade do parlamentar ser candidato ao governo nas eleições de 2018. Sachetti rejeitou sem pestanejar a proposta.
Tem história
“A política ama o traidor, mas abomina a traição”, é uma frase usada costumeiramente e, no caso de Valtenir, faz sentido. Muita gente lembra o que o deputado tentou fazer em 2010, “rifando” os candidatos do grupo, Mauro Mendes ao governo e Pedro Taques ao Senado, em troca do apoio ao ex-governador Silval Barbosa (PMDB). O acordo não foi fechado por pouco e o temor de todos os procurados por ele hoje é ver a história se repetir no ano que vem.